Beatriz pensou que fosse desmaiar. Então... então Armando ia se casar com ela só para anexar a propriedade à fazenda? Aquilo passara dos limites!
Primeiro foi uma dor forte no peito, que quase lhe escureceu a vista. Porém a mágoa logo cedeu lugar ao ódio e ao orgulho ferido. Como ele ousava tratá-la daquela forma? Pois Armando não perdia por esperar!
Decidida, rumou para a porta da sacristia.
— Beatriz! Onde você vai? O casamento já vai começar!
— Vou conversar com Armando!
— Mas, querida, dá azar a noiva ver o noivo antes da cerimônia.
— Mais azar do que eu já tenho? Aliás, onde está a escritura?
— Aqui na minha bolsa — disse Júlia, enquanto a procurava. — Não precisa entregá-la antes, querida; por que não espera até voltarmos para casa?
— Não. Quero entregá-la já!
Os homens ocupavam uma pequena saleta no fundo do corredor e, ao vê-la entrar, Armando abriu um sorriso largo:
— Querida, você está linda! Nunca pensei que ficasse tão bem vestida de noiva. Nunca vou esquecer este dia!
Quando ele tentou segurar-lhe o braço, Beatriz esquivou-se com uma fisionomia de desagrado:
— Claro que vai, seu idiota!
— Beatriz, o que houve?
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