Ignorando a mágoa estampada nos olhos dele, ela tornou a agredi-lo:
— Eu é que pergunto. Que acordo mais sujo foi este que vocês fizeram?
— Mas do que você está falando, meu bem?
— Leia este papel e, quem sabe, ele lhe refresque a memória.
Armando logo reconheceu a escritura:
— É a escritura da propriedade de sua mãe. E daí?
— E dai? Você conseguiu me enganar direitinho, caí feito boba na sua conversa. E dizer que cheguei a pensar que você realmente me amasse!
Visivelmente confuso, Armando puxou-a para um canto da sala e, obrigando-a a fitá-lo, disse, num tom calmo e controlado:
— Betty, diga logo o que está pensando, sim? Não sei aonde está querendo chegar com essas indiretas. Eu te amo, e não vou permitir que nada atrapalhe nosso casamento.
Beatriz olhou-o, desconfiada, mas resolveu se abrir:
— Mamãe me disse que prometeu lhe dar a escritura de presente no dia do nosso casamento. Para ser sincera, acho que você realmente me ama, mas fico triste em saber que a escritura o ajudou a tomar uma decisão.
— Beatriz Pinzón, como é que você tem coragem de me acusar de algo tão vil? Como pôde pensar isso de mim? Isso é coisa do meu pai. — E, bastante sério, confessou: — Eu te amo, Betty, mas o orgulho e o medo de perder minha liberdade impediam-me de ver isso. Só o tempo fez com que eu caísse em mim e reconhecesse esta verdade. Eu jamais me casaria para herdar suas terras.
O coração de Beatriz encheu-se de esperança.
— É verdade que você me ama?
Abraçando-a pela cintura, Armando apertou-a contra si e garantiu:
— O casamento começa dentro de cinco minutos, mocinha, mas antes que o dia termine terei bastante tempo para provar-Ihe quanto a amo. E garanto que você nunca mais vai duvidar dos meus sentimentos!
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