O dia do casamento chegou. As duas semanas haviam passado voando. Beatriz e Júlia cuidaram de todos os detalhes e ainda tiraram um dia para ir a Cartagena comprar o vestido.
A melhor colega de Beatriz dos tempos de escola ia ser a dama de honra, e sua avó viera de Boston especialmente para a ocasião, para desgosto de Júlia.
Na sacristia, Júlia ajudava Beatriz a ajeitar o vestido:
— Quem poderia imaginar que sua avó viria para o casamento? — disse, referindo-se à primeira sogra. — Se eu soubesse que ela ia aceitar, não teria feito o convite.
Mas Beatriz estava tão feliz que nem dava ouvidos às reclamações da mãe. Dali a meia hora, ia se tornar a Sra. Mendoza. Era bom demais para ser verdade e, no fundo, temia que algo de errado acontecesse para estragar sua felicidade. Porém, balançando a cabeça, procurou acalmar-se, afastando aquele medo sem fundamento.
— Ora, mamãe, não reclame. Foi muita gentileza dela ter viajado tantas horas.
— Exatamente por isso é que ela não deveria ter vindo.
— Não exagere; ela não é tão chata assim.
— Você diz isso porque vai viajar daqui a algumas horas, enquanto eu terei que aturá-la sabe Deus por quantos dias ainda!
— Faça como você fez com Nicolás: passe o dia inteiro trancada no escritório, e ela acaba indo embora.
— Então você percebeu a minha tática? Cheguei a pensar que nunca nos livraríamos dele! — Então, levou a mão à testa: — Meu Deus, com tantos afazeres, esqueci-me de entregar a escritura a Armando!
— Escritura? Que escritura?
— Você não sabe? Prometi entregar nossa propriedade de presente a Armando no dia em que vocês sé casassem.
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